No post anterior, nós sugerimos aos leitores que, ao fazer comentários em redes sociais, passem a terceirizar a autoria de eventuais acusações que queiram fazer. Essa é uma atitude que foi adotada pela imprensa de uns vinte anos pra cá, provavelmente orientados pelos seus departamentos jurídicos.
Houve,
em certa ocasião, um avião que caiu. Um senhor foi acusado de ter posto um artefato
explosivo nesse avião. Uma revista pôs a foto desse senhor na capa com os
dizeres: “este homem matou X pessoas” – era um número superior a cem vítimas -.
Ou
seja: a investigação estava apenas no início e um acusado foi satanizado porque
alguém imaginou que ele tivesse motivos para explodir o avião. A revista em
questão não esperou que houvesse uma sentença penal condenatória transitada em
julgado e já condenou o sujeito à infâmia.
Posteriormente
ficou provado que aquele senhor – exposto para um País inteiro como um cruel assassino
de inocentes – não tinha tido nenhuma relação com a queda do avião... Naturalmente
ele processou a revista, que foi condenada a pagar uma enorme indenização pelos
danos morais causados – embora nenhuma soma de dinheiro possa reparar o mal
causado -.
De lá pra cá, os órgãos de imprensa nacionais
têm agido com uma prudência maior. Hoje se noticia o fato mais ou menos assim: “segundo
testemunhas, Fulano teria feito isso”; “supostamente Beltrano cometeu tal
crime, de acordo com o Delegado”. Ou: “de acordo com o promotor, Ciclano fez
aquilo”-.
Os
órgãos de imprensa aprenderam. É chegada a hora de nós, as pessoas comuns,
aprendermos também que não se deve acusar ninguém sem provas. Especialmente na
internet, onde o que se escreve pode ficar gravado para sempre.
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post, deixe o seu comentário.
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